terça-feira, maio 29, 2007

Floriram os Jacarandás

Chega esta altura do ano e Lisboa fica diferente, cheia de sininhos côr-de-lilás. São os jacarandás em flor.
Tal como algumas mulheres, geralmente discretas, que uma noite decidem arranjar-se um bocadinho e parece que sairam da casca, assim os jacarandás: a verdade é que estiveram lá o ano inteiro mas só agora se fazem realmente notar. E parece que já nada será como dantes.
Os jacarandás estão um pouco por toda a cidade mas há zonas que impressionam como a Rua D. Carlos I, Salitre ou Belém. Apesar de ser esta a altura em que florescem com maior intensidade, a verdade é que também já os vi com flores no Inverno (devem andar baralhados com a troca de hemisfério).

segunda-feira, maio 28, 2007

77ª Feira do Livro de Lisboa

As noites têm estado molhadas, os livros nas bancadas cobertos por plásticos.
Mas há pechinchas, algumas até já as trouxe para casa.

Bermas de Estrada (entre Santo André e Lisboa)


domingo, maio 20, 2007

Climas

P.S. Krøyer, Summer Day at the South Beach of Skagen (1884)
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Há dias em que me sinto como a menina do quadro do P.S. Kroyer (pintor dinamarquês).
Um fim-de-semana lindo (bem, começou agora a chover em Lisboa, mas pouco) e eu sem poder ir à água.

sábado, maio 19, 2007

Cineclube de Faro

À Flor do Mar (João César Monteiro)
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Do tempo que vivi no Algarve (cerca de 5 anos) lembro-me, entre muitas outras coisas, dessa vez em que caminhámos ao longo da Ria Formosa, entre Cacela-Velha e Tavira. Demorou-nos uma tarde inteira e ainda tivemos de entrar pela noite morna adentro. Sinceramente, já nem me recordo como conseguimos regressar a Faro, provavelmente de comboio. Os regressos pouco importavam nessa altura e eram frequentes as noites passadas ao relento nos apeadeiros, à espera dos comboios da manhã.
Pouco tempo depois, vi no Cineclube de Faro o À Flor do Mar do João César Monteiro, filme rodado numa casa à beira-mar perto de Cacela, uma casa que juro (acho que não sonhei) ter visto nessa viagem. Os filmes com mar lá dentro (vistos nessa época) ficaram-me mais na memória, associados às nossas vivências de sol, maresias e noites mornas. Guardo com carinho todos os filmes que vi nessa sala do IPJ em Faro, através do CCF (Cineclube de Faro) pois foi nessa sala que aprendi a gostar de cinema.
Acontece que o CCF está hoje mais dinâmico que nunca, reinventando-se a cada passo. Ontem, a propósito do encerramento das comemorações do seu 50º aniversário (com direito a Bernardo Sassetti em concerto e tudo), abriu-se ao mundo o Blogue do CCF. Vou certamente passar por lá muitas vezes, entretendo esta vontade de rumar ao sul, que frequentemente me conquista.

quinta-feira, maio 17, 2007

Vilhelm Hammershoi (1864-1916)



Há uns tempos, quando visitei Copenhaga, descobri este pintor dinamarquês, V. Hammershoi. Há dias em que me faz bem ir à procura dos postais que trouxe na altura da DEN HIRSCHPRUNGSKE SAMLING e ficar um bocadinho a olhá-los. Há nos seus quadros qualquer coisa de Vermeer, qualquer coisa de Peter de Hooch, qualquer coisa de Edward Hopper, interiores de silêncio, luz difusa e sombras que tranquilizam.

No outro dia, alguém dizia na televisão que o seu lema de vida é "fazer novos erros todos os dias".
Pareceu-me demasiado ambicioso.

domingo, maio 06, 2007

Band à part (1964), Jean-Luc Godard


Odile, a rapariga deste filme, encarna esse tempo nas nossas vidas em que temos pressa de descobrir e de sentir, numa voragem acelerada que a (nos) transporta desde a inocência de nunca ter beijado um rapaz ao desgosto e cansaço que o crescimento sempre requer.

sábado, maio 05, 2007

Os da minha rua (2007), Ondjaki

"A vida às vezes é como um jogo brincando na rua: estamos no último minuto de uma brincadeira bem quente e não sabemos que a qualquer momento pode chegar um familiar a avisar que a brincadeira já acabou e está na hora de jantar. A vida afinal acontece muito de repente".
"Naquele tempo então o tempo passava devagar."