terça-feira, janeiro 30, 2007

Príncipe Real


Este "cedro-do-buçaco" é uma das minhas árvores favoritas de Lisboa. Fica no Jardim do Príncipe Real e tenho a sorte de poder passar sob a sua copa praticamente todos os dias.
Lembra uma casa, embora sem janelas, paredes ou portas. Ainda assim uma casa, daquelas que inventávamos quando éramos crianças.

sábado, janeiro 27, 2007

Fiama Hasse Pais Brandão (1398-2007)


Este blogue qualquer dia, mais parece um obituário de poetas. Primeiro, Cesariny, agora Fiama.
Acontece que neste Natal tive a alegria de receber a Obra Breve, poesia reunida de Fiama Hasse Pais Brandão, numa grossa e bonita edição da Assírio e Alvim. Ainda não tive tempo para a desbravar, mas aqui fica um poema do qual gostei (em jeito de homenagem):
*
Anti-Poética
*
Jamais uma paisagem
pode integralmente preencher o espaço ou
+++++++++++++++++ coração real,
jamais me alimentei de fumos como esses
da outra margem, jamais me basta ver e
+++++++++++++ rever. Sobretudo
depois de percorrer a Ibéria atenta aos montes
Hermínios, as Astúrias, a esse Ebro. Quem
assim vive sabe que morrerá como quem
em consciência dispõe a ordem e a desordem
+++++++++++++++++ da sua vida.

Virginia Astley


From gardens where we feel secure, a minha banda sonora de Verão para estes dias de frio. Óptimo para ouvir enquanto se lê pois a música não é intrusiva, limita-se a criar atmosfera. Virginia Astley.

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Através das Oliveiras, Abbas Kiarostami, 1994


Vi este filme, há uns anos atrás, no Cineclube de Faro. De tantos que vi nessa altura (foi nessa sala que aprendi a gostar de Cinema), guardei este com carinho, sobretudo o famoso plano final em que Hossein tenta convencer Tahereh a casar-se com ele (a família dela não concorda com o casamento), seguindo-a através das oliveiras (lá está), enquanto ela caminha, alguns seguros passos adiante, indiferente ao "maior coiro" de todos os tempos. A certa altura, deixamos de o ouvir e tudo o que vemos são dois pontinhos brancos perdidos na distância, no meio do verde, sempre em movimento, um atrás do outro.
Este filme passou no passado fim-de-semana, na Gulbenkian. Não o fui rever e ainda não me perdoei.

SCOOP de Woody Allen

"Afinal de contas, Woody Allen é alguém que, discretamente, assume as consequências de um universo em que dizer "eu" é, por assim dizer, um princípio sagrado de trabalho. Daí que o vejamos envelhecer como um amigo em que admiramos a didáctica combinação de realismo e magia. A sua arte ajuda-nos a lidar com as incertezas do mundo."
citando João Lopes, Diário Notícias, 19/01/2006, revista 6.ª

sexta-feira, janeiro 19, 2007



Os Galgos, c. 1911, Óleo sobre tela, 100 x 73 cmLisboa, Colecção CAMJAP/FCG

Amadeo de Souza-Cardoso

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Amadeo de Souza-Cardoso



Foi um verdadeiro fenómeno de massas esta exposição de Amadeo na Fundação Calouste Gulbenkian. Tão grande que na noite de sábado 13 para domingo 14, a Gulbenkian não fechou portas e ainda assim as filas pareciam não querer diminuir. A foto em baixo foi tirada ao final do dia de sábado, numa altura em que as filas estavam no pico. Para não as enfrentarmos, resolvemos ir ao cinema, jantar, passar por casa para estender uma máquina de roupa e pôr doce de tomate em frascos; quando voltámos à carga, o cenário já era bem diferente (foto de cima, por volta das 5,00h da madrugada de domingo).
Imaginamos, de noite, os quadros às escuras nas salas dos museus. Desta vez, os quadros não conseguiram dormir. E nós também não.

Bom Ano Novo! (a frase mais dita, por estes dias)





Entrei no Ano Novo, no Porto. Finalmente a visita à Casa da Música (na foto em baixo), finalmente a visita nocturna ao Maus Hábitos, um bar muito descontraído mesmo em frente ao Coliseu ... finalmente voltar a Serralves e dirigir os meus desejos de Ano Novo à árvore, do outro lado da enorme janela, qual Floribela pensativa.