sábado, janeiro 27, 2007

Fiama Hasse Pais Brandão (1398-2007)


Este blogue qualquer dia, mais parece um obituário de poetas. Primeiro, Cesariny, agora Fiama.
Acontece que neste Natal tive a alegria de receber a Obra Breve, poesia reunida de Fiama Hasse Pais Brandão, numa grossa e bonita edição da Assírio e Alvim. Ainda não tive tempo para a desbravar, mas aqui fica um poema do qual gostei (em jeito de homenagem):
*
Anti-Poética
*
Jamais uma paisagem
pode integralmente preencher o espaço ou
+++++++++++++++++ coração real,
jamais me alimentei de fumos como esses
da outra margem, jamais me basta ver e
+++++++++++++ rever. Sobretudo
depois de percorrer a Ibéria atenta aos montes
Hermínios, as Astúrias, a esse Ebro. Quem
assim vive sabe que morrerá como quem
em consciência dispõe a ordem e a desordem
+++++++++++++++++ da sua vida.