
"O nosso passado é como a guerra: fácil de começar, difícil de terminar."
O sítio onde penduro as coisas que não quero esquecer
Fiquei com vontade de voltar a Paris e caminhar pelos seus bairros, depois de ver este Paris je t´aime. Trata-se de um filme colectivo, composto por uma sucessão de pequenas histórias, da autoria de diferentes realizadores. Em comum, têm o facto de promoverem Paris como uma cidade especial onde afectos de toda a casta acontecem, desde o amor maternal, ao amor paixão, ao amor à primeira vista, passando pelo amor surreal (entre dois mimos) até culminar no amor à própria cidade. A única pena é irmos perdendo o rasto às personagens pois as histórias são curtas e independentes entre si. Se nunca tivesse ido a Paris, até poderia julgar tratar-se de uma forma inteligente de promover a cidade e o seu turismo. Mas quando penso na única vez em que lá estive, as certezas de que este filme seja apenas ficção diminuem drasticamente.
"ama como a estrada começa"
Lembro-me da interrogação sobre o sentido deste verso, da primeira vez que o li. Como acontece com toda a poesia, acabei por lhe encontrar um sentido íntimo embora sempre tenha mantido a curiosidade em saber o que o autor (Cesariny) tinha em mente quando o escreveu. Recentemente, num documentário que passou na TV, pude finalmente ficar a saber porque o poeta respondeu assim à tão esperada pergunta: "Não sei o que este verso quer dizer... mas quer dizer."
Esta resposta não é apenas uma pista para entender o Surrealismo. É uma pista para entender a poesia.
O metro de Londres faz-me lembrar a casa da toupeira de uns desenhos animados que via quando era criança e que adorava. Percorrê-los é entrar num universo de aventuras e brincadeiras, para o qual até uns ratitos que vi a passearem-se pelas linhas, dão a sua contribuição (felizmente não vi nenhuma ratazana, senão o caso mudava de figura).
Mercado em Brick Lane, uma espécie de Feira da Ladra lá do sítio onde é possível encontrar de tudo um pouco, desde televisões roubadas, antiguidades, roupas, frutas e até uma Convenção Anual de Tatuagem, à porta da qual serpenteava uma grande fila de gente unida pelo facto de todos esconderem (ou não) no mínimo uma tatuagem em alguma parte do seu corpo.